segunda-feira, 25 de maio de 2009

Canção do mestiço

Mestiço!
Nasci do negro e do branco
e quem olhar para mim
é como quem olhasse
para um tabuleiro de xadrez:
a vista passando depressa
fica baralhando a cor
no olho alumbrado de quem me vê.
Mestiço!
E tenho no peito uma alma grande
uma feita de edicção
com 1 e 1 são 2.
Foi por isso que um dia
o branco cheio de raiva
contou os dedos das mãos
fez uma tabuada e falou grosso
mestiço!
a tua conta está errada.
Teu lugar é ao pé do negro.
Ah! Mas eu não me danei..
E muito calminho
arrepanhei o meu cabelo para trás
fiz saltar fumo do meu cigarro
cantei do alto
a minha garganta livre
que encheu o branco de calor!...
Mestiço!
Quando amo a branca
Sou branco...
Quando amo a negra
Sou negro...

Francisco José Tenreiro
África. O meu dia!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A verdade

Onde há a palavra, há a verdade. A palavra é usada para conversar e sem verdade não há conversa. Usa-se a palavra para conversar sobre afectos, realidades, crenças, pensamentos, medos, desejos, memórias, futuros e tudo o mais. Sem a verdade, a conversa seria uma mera manifestação de subjectividades solipsistas e imunes ao erro, discursos paralelos sem triangulação possível entre si e a realidade. Numa conversa, não é indiferente afirmar que Sócrates era grego, o que é verdade, ou afirmar que era egípcio, o que é falso; não é indiferente afirmar que o racismo é imoral, o que é verdade, ou afirmar que as mulheres devem ser discriminadas, o que é falso.
A noção de verdade não é uma fantasia mitológica, como os deuses da antiguidade clássica, pois pode-se abandonar as noções mitológicas mas não a noção de verdade. Pode-se abandonar sem pena de incoerência a noção de Zeus porque se pode afirmar que é verdade que Zeus não existe. Mas não se pode abandonar sem pena de incoerência a noção de verdade porque não se pode afirmar que é verdade que a verdade não existe.
Sem verdade não há validade. A validade, no sentido lógico definitivamente estabelecido por Aristóteles, é uma relação entre valores de verdade. Um argumento é válido quando é impossível, ou improvável, que as suas premissas sejam verdadeiras e a sua conclusão falsa. Se não existisse validade, qualquer mau argumento a favor da ideia de que há verdade seria tão bom quanto o melhor argumento contra tal ideia. Isto mostra que a noção de que não há verdade é arbitrária, pois quem a aceita tem de aceitar que há tão boas razões para a aceitar como para a rejeitar.
Sem validade não há argumentação e quando não há argumentação resta a manipulação e a força bruta de quem tem mais força: força física, força económica, força política. Contudo, por mais força política, económica ou física que tenha quem defende que a discriminação das mulheres é uma boa ideia, não poderá apresentar bons argumentos porque a verdade não está do seu lado. A força bruta compra muita coisa, mas não pode comprar a verdade.
A verdade não se submete à força bruta nem à crença forte. Contudo, uma superstição comum é que crer com muita firmeza em algo torna verdadeiro o objecto da crença. Esta superstição baseia-se numa confusão entre as noções de crença e de conhecimento. Quando se sabe realmente algo, o que se sabe é verdade: não é possível saber que Kant morreu em 1803 porque ele não morreu em 1803, apesar de ser possível estar enganado e pensar que se sabe que Kant morreu em 1803. Mas quando se tem uma certa crença, por mais forte que seja, o que se crê pode não ser verdade: é perfeitamente possível crer que Kant morreu em 1803, apesar de na verdade ele ter morrido em 1804. Pensar que a crença forte produz verdades é uma maneira infantil e vã de tentar garantir que os nossos desejos serão realizados se os desejarmos com muita firmeza.
Se a verdade não existisse, não faria sentido exigir responsabilidade pelas nossas crenças, convicções ou opiniões. Exige-se responsabilidade porque podemos estar enganados e podemos estar enganados porque a verdade pode não estar do nosso lado: podemos pensar que sabemos quando não sabemos. O filósofo e matemático britânico W. K. Clifford (1845-1879) defendeu que "é sempre incorrecto, seja onde for e para quem for, acreditar em algo sem provas suficientes" ("A Ética da Crença", 1877). Clifford apresenta o exemplo de um armador que envia o seu velho navio para mais uma longa viagem sem tomar precauções suficientes no que respeita à sua manutenção. Contra todas as evidências, o armador convence-se a si mesmo de que o navio está em condições de fazer uma última viagem, antes de sofrer reparações profundas. E envia o navio para o alto-mar, colocando a sua confiança na Providência. Quando o navio naufraga, morrendo toda a gente a bordo, o armador recolhe o dinheiro do seguro, com toda a paz de espírito. Clifford considera que o armador está em falta: a ética da crença obriga a ter o cuidado de não aceitar uma proposição sem ter suficientes provas a seu favor. O armador continuaria em falta mesmo que o navio não tivesse naufragado — porque ele tinha razões para acreditar que o navio corria um sério risco de naufragar, tendo activamente bloqueado tal crença só porque lhe era incómoda.

Desidério Murcho
Retirado de http://www.criticanarede.com/
Publicada por Hermes em 17:27 0 comentários Hiperligações para esta mensagem
Etiquetas: 11º ANO, EPISTEMOLOGIA, LÓGICA, O problema da verdade

domingo, 3 de maio de 2009

Dia da mãe

PARABENS MAE :Pa começar keria te dar um beijinho por ser um dia da mae ,gosto muito de ti es muita mtmt linda e nao te deixes ir abaixo so porque acontece cenas más segue em frente o mundo continua nao te gosto ver assim es muito linda mt simpatica tenho algum problema tu ajusdame e eu tb te ajudo .Tenho orgulho em ter uma mãe tão simpatica e tao bonita continua em frente em frente eke é a estrada e agora vou te dar um beijinhooo .

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Pensamentos errados

Pensava, e pensava mal, que nesta minha vida, que para todos é tão curta que tudo me corria ás mil maravilhas. O sol brilhava todos dias para mim, e eu, feliz...pensava que sim, tudo me corria bem. O meu mundo girava em torno de um ser, a quem eu supostamente confiava e adorava. Era o meu anjo da guarda na minha vida, o meu protector, o meu mundo, era tudo o que sempre quis. Mas a vida não é perfeita para ninguém, e também não foi para mim. O meu mundo ruiu, o sol desapareceu e eu fiquei triste, porque cheguei à conclusão que temos que ser nós proprios a construir a nossa felicidade, independentemente de estarmos sós ou acompanhados , porque cada ser tem uma só vida e, é nela que temos de apostar para continuarmos a ter o sol a brilhar todos os restantes dias

quinta-feira, 12 de março de 2009

Aniversário do meu filho

Faz hoje 11 anos, que fui mãe pela primeira vez.Lembro-me que foi o dia mais feliz da minha vida, porque na minha ideia, no meu pensamento, eu nunca iria ter este grande privilégio. De qualquer das maneiras fui abençoada e agradeço a DEUS por me ter dado um lindo rapaz.
A ti Guilherme Nuno te desejo as maiores felicidades do mundo, que sejas sempre um bom rapaz , que tenhas um coração maior que o mundo, e que vivas muitos e muiiitoooosss anos.
Um grande beijo da tua mãe que te adora.